sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Poema XIV, por Mário de Andrade


Vou-me embora vou-me embora
Vou-me embora pra Belém
Vou colher cravos e rosas
Volto a semana que vem

Vou-me embora paz na terra
Paz na terra repartida
Uns têm terra, muita terra
Outros nem pra uma dormida

Não tenho onde cair morto
Fiz gorar a inteligência
Vou reentrar no meu povo
Reprincipiar minha ciência

Vou-me embora, vou-me embora
Volto a semana que vem
Quando eu voltar, minha terra
Será dela ou de ninguém




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